Foi necessária uma equipa de 300 investigadores de 80 instituições, a trabalhar ao longo de cinco anos, para montar a imagem. Foi realmente um esforço enorme!
Certamente já ouviste dizer que no centro da Via Láctea existe um buraco negro gigante. Pois, há alguns dias, uma equipa de astrónomos divulgou a primeira imagem desse buraco negro supermassivo no coração de nossa galáxia, Sagitário A* (ou Sgr A*).
É a primeira prova visual de que o buraco negro existe realmente. A imagem foi obtida por uma equipa internacional de investigadores da Colaboração EHT (Event Horizon Telescope).
O EHT é uma combinação de telescópios na França, Espanha, Gronelândia, Chile, Estados Unidos (Arizona e Havai), México e Polo Sul. Juntos funcionam como um telescópio "gigante" (do tamanho da Terra) que pode olhar para muito longe, para buracos negros distantes. A primeira imagem de um buraco negro que o EHT obteve, publicada em 2019, foi a de M87*, na galáxia Messier 87, a mais de 53 milhões de anos-luz de nós.
Sagitário A* merece o nome de "massivo": é quatro milhões de vezes mais massivo que o Sol - um quatro seguido de seis zeros! Mas é, porém, mil vezes mais pequeno e menos massivo que M87*. Por esta razão, obter esta imagem foi muito mais difícil – mesmo tendo em conta que Sgr A* está bem mais perto de nós que M87* (a 27.000 anos-luz da Terra).
Como o buraco negro gira muito depressa e as imagens eram diferentes umas das outras, a equipa usou um conjunto de supercomputadores para combinar e analisar os dados obtidos, e assim obter a imagem final.
Com imagens como estas, não é apenas a nossa capacidade tecnológica que avança, mas também a nossa perceção de como se comporta a gravidade em ambientes extremos como os buracos negros. E o nosso conhecimento do Universo progride certamente com tudo isto.
Imagem: Os buracos negros são objetos no espaço onde a gravidade é tão forte que nem mesmo a luz consegue escapar – e por isto não emitem luz. O anel laranja-avermelhado que vemos na imagem é o gás brilhante que circunda o buraco negro, que se encontra bem no centro deste anel.
Crédito: Colaboração EHT.
Foi necessária uma equipa de 300 investigadores de 80 instituições, a trabalhar ao longo de cinco anos, para montar a imagem. Foi realmente um esforço enorme!