Um dos quatro exoplanetas de tipo subterra descobertos é o mundo menos massivo alguma vez detetado através da técnica da velocidade radial.
Em 1916, o astrónomo E. E. Barnard descobriu uma estrela tão interessante que os astrónomos há mais de um século que a estudam. Recentemente, foram descobertos quatro pequenos planetas semelhantes à Terra a orbitar esta estrela!
A estrela de Barnard, que recebeu o nome do astrónomo, é uma anã vermelha que se encontra na vizinhança do nosso Sistema Solar. As Anãs Vermelhas são abundantes no Universo e estão frequentemente acompanhadas por grupos de mundos rochosos a orbitar nas suas proximidades. Os astrónomos estão curiosos por saber que tipo de ambiente possuem estes planetas e se podem albergar vida.
Numa tentativa de procurar planetas distantes em torno de anãs vermelhas, uma equipa de investigadores da Universidade de Chicago, Estados Unidos, desenvolveu um instrumento especial, o MAROON-X, que está montado no telescópio Gemini Norte, no Havai. Após o cuidadoso estudo dos dados obtidos pelo instrumento ao longo de mais de 3 anos, a equipa encontrou provas sólidas da existência de quatro exoplanetas em torno da estrela de Barnard.
Os quatro exoplanetas, conhecidos como subterras, foram descobertos pelo instrumento MAROON-X através da técnica de velocidade radial. À medida que os (exo)planetas se movem em torno de uma estrela, esta sofre uma pequena atração gravitacional, que a faz oscilar ligeiramente quando observada a partir da Terra. A luz da estrela alonga-se e comprime-se, como uma mola. O MAROON-X é tão sensível que consegue medir a mais pequena oscilação de uma estrela e detetar com elevada precisão os exoplanetas que a provocaram.
Os astrónomos acreditam que os planetas agora descobertos são provavelmente mundos rochosos, e não gigantes gasosos como Júpiter. Estes planetas têm cerca de um terço da massa da Terra e orbitam tão perto a sua estrela hospedeira que demoram apenas alguns dias a completar uma volta em torno dela.
Esta descoberta é importante porque a maioria dos mundos rochosos descobertos até agora são muito maiores que a Terra. Os astrónomos pensam que os exoplanetas mais pequenos podem ter uma química completamente diferente em comparação com os exoplanetas maiores e esperam descobrir mais subterras para poderem compreender melhor como se formam estes exoplanetas e qual a probabilidade de favorecerem condições habitáveis.
Imagem: Ilustração que mostra exoplanetas a orbitar a estrela de Barnard. Crédito: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/P. Marenfeld.
Um dos quatro exoplanetas de tipo subterra descobertos é o mundo menos massivo alguma vez detetado através da técnica da velocidade radial.