Olha! Olha! Impressões digitais magnéticas
17 de Fevereiro de 2025

O que têm em comum investigar um crime na Terra e resolver o mistério da formação de planetas em torno de estrelas jovens? A resposta é a “usar poeira para a recolha de impressões digitais.” Isto despertou a tua curiosidade? Então, vamos explorar!

As jovens estrelas estão rodeadoas por discos de gás e poeira, conhecidos como discos protoplanetários. O material contido nestes discos move-se em turbilhão, fazendo com que os grãos de poeira colidam uns com os outros e se unam para formar aglomerados rochosos, como se estivéssemos a construir um boneco de neve a partir de bolas de neve. Os cientistas acreditam que este é o primeiro passo na formação de planetas. Mas porque se movimenta a poeira nestes discos de forma tão caótica? Há várias razões, mas nesta história, vamos centrar a nossa investigação no magnetismo.

Já alguma vez brincaste com dois ímanes? Reparaste como eles se podem unir ou afastar dependendo de como os colocas? Isto acontece porque os ímanes têm campos magnéticos invisíveis que controlam a forma como alguns tipos de objetos se movem perto deles. Para os astrónomos, é importante estudar o papel dos campos magnéticos nos discos protoplanetários, pois podem ajudar-nos a compreender como se movem e colidem os grãos de poeira para eventualmente formar planetas. No entanto, medir os campos magnéticos num disco protoplanetário revelava-se uma tarefa impossível. Mas já não é assim!

Uma equipa internacional de investigadores do Observatório Astronómico Nacional do Japão (NAOJ) tem vindo a observar o disco protoplanetário em torno da estrela jovem HD 142527, utilizando o rádio-observatório ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array). A estrela está localizada a 512 anos-luz de distância, na constelação de Lupus (o Lobo).

A equipa descobriu uma grande concentração de grãos de poeira numa região do disco protoplanetário da estrela – este poderá ser um local perfeito para observar a formação de planetas em ação! Analisando os dados do ALMA, a equipa percebeu que os grãos de poeira se moviam segundo um padrão, sugerindo a presença de campos magnéticos invisíveis. “A invisibilidade é o meu superpoder”, diria o campo magnético… se pudesse falar!

O estudo cuidadoso dos padrões dos grãos de poeira, permitiu à equipa determinar pela primeira vez a estrutura tridimensional dos campos magnéticos. Graças ao seu trabalho, os astrónomos descobriram que o campo magnético neste disco protoplanetário é 3 milhões de vezes menos magnético do que um íman, como os que se calhar tens na porta do teu frigorífico. Isto só prova como forças minúsculas podem ter um impacto gigantesco!

Os astrónomos estão agora interessados ​​em aplicar esta técnica de "usar poeira para a recolha de impressões digitais (magnéticas)" a mais discos protoplanetários, para medir campos magnéticos próximos da estrela central, onde se formam planetas como a Terra. Com isto, esperam compreende melhor o modo como o campo magnético influencia a formação dos planetas.

Imagem: Observações do ALMA do disco protoplanetário em torno de HD 142527. As barras brancas mostram as direções do campo magnético reveladas pela orientação dos grãos de poeira. Créditos: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO), S. Ohashi et al.

Facto curioso

Sabias que os campos magnéticos são forças invisíveis que existem por todo o Universo? Influenciam o modo como a matéria e energia se movem, incluindo o modo como se formam as estrelas e os planetas.

This Space Scoop is based on a Press Release from NAOJ .
NAOJ
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