Os astrónomos conseguiram avistar um jato de poeira e outros destroços da estrela destruída. O material estava a ser lançado para o espaço a velocidades que podiam atingir os 10000 km/s – à volta de 100 vezes mais veloz do que um raio numa trovada!
Esparguete no espaço? Bem, não exatamente!
O efeito fio de massa
Os buracos negros são dos objetos mais poderosos do Universo. Quando uma desafortunada estrela se aproxima demasiado de um buraco negro supermaciço no centro de uma galáxia corre o risco de se ver desfeita. Quando isso está a acontecer, ela é puxada e esticada até começar a parecer esparguete.
Os astrónomos chamam a este processo esparguetização, ou efeito fio de massa.
Apanhado em flagrante
Os astrónomos conseguiram agora observar um destes violentos momentos em grande detalhe, quando uma estrela (de nome oficial AT2019qiz), situada a cerca de 215 milhões de anos-luz do Sistema Solar, foi engolida por um buraco negro.
Para estudar este acontecimento dramático, recorreram aos telescópios do ESO (Observatório Europeu do Sul) e de outras organizações de todo o mundo para observarem o resultado da destruição da estrela pelo buraco negro: um súbito clarão de luz.
Foi o evento deste género mais próximo de nós que alguma vez foi observado.
Efeito de maré
Este clarão acontece porque, à medida que o buraco negro devora a estrela e cospe o que sobra, se libertam enormes quantidades de energia. Os astrónomos dão a isso o nome de evento de disrupção de maré. Os cientistas viram o brilho da estrela a aumentar de intensidade e depois a desvanecer-se ao longo de um período de seis meses.
Os astrónomos conseguiram avistar um jato de poeira e outros destroços da estrela destruída. O material estava a ser lançado para o espaço a velocidades que podiam atingir os 10000 km/s – à volta de 100 vezes mais veloz do que um raio numa trovada!