Erupção cósmica pode ajudar planetas distantes a crescer
29 de Dezembro de 2021

Já assististe a uma erupção vulcânica, ao vivo ou na TV, por exemplo, num noticiário ou num documentário? Certamente tens ouvido falar do vulcão de La Palma, em Espanha, que entrou recentemente em erupção, e é provável que tenhas visto a lava - e as cinzas - que ele foi expelindo e que foi caindo na área em torno do vulcão.

Um processo semelhante pode estar a acontecer em estrelas jovens. Imagina uma jovem estrela como o nosso vulcão: em vez de lava e cinzas, a estrela expele gás e poeira que vão caindo à sua volta, ajudando a formar novos planetas nas regiões mais externas. Pela primeira vez, os astrónomos criaram uma simulação 3D que mostra como poderá ser este processo.

Tudo isto é curioso porque sempre se pensou que os anéis se formavam no gás e poeira devido à gravidade dos planetas à volta de estrelas jovens. Mas, neste caso, os astrónomos observaram anéis a distâncias maiores que a de Neptuno ao Sol, se tivermos como referência o nosso Sistema Solar. A estas distâncias, deveria haver muito menos poeira que nas proximidades da estrela. Então, como podem formar-se planetas nas regiões mais externas em torno de uma estrela?

Com a ajuda do supercomputador ATERUI II, no Japão, os astrónomos descobriram que a poeira estelar atinge tão grandes distâncias porque a estrela no centro está na realidade a expelir parte deste gás e poeira em direções opostas (imagina jatos de gás a serem lançados "para cima" e "para baixo"). A gravidade atrai a poeira de volta para as regiões externas do disco, num processo muito semelhante a uma queda (dupla) de cinzas vulcânicas. Deve ser algo impressionante!

Crédito da imagem: Kagoshima University.

Facto curioso

Os planetas normalmente se formam quando o disco de gás e poeira ao redor de uma estrela colapsa por causa da gravidade da estrela. Tendo mais massa do que o disco ao seu redor, a estrela “puxa” esse material para mais perto. Depois de muito tempo, o gás desaparece, enquanto a poeira é continuamente substituída. As partículas de poeira se unem, eventualmente formando "embriões" de planetas (que os cientistas chamam de "planetesimais") e, no estágio final, os planetas.

This Space Scoop is based on a Press Release from NAOJ .
NAOJ
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