Uma Invulgar Caneca Cósmica
3 de Agosto de 2023

O que acontece quando uma velha gigante vermelha moribunda colide com uma estrela companheira despedaçada? Apresentamos-vos Toby Jug, a “Caneca Cósmica”!

Com a ajuda do telescópio Gemini Sul do NOIRLab, os astrónomos obtiveram recentemente a imagem desta estrutura rara. A imagem mostra uma nebulosa de reflexão designada por Toby Jug, por ter uma forma semelhante à de uma antiga caneca inglesa com o mesmo nome.

A nebulosa brilhante, oficialmente conhecida como IC 2220, está localizada a cerca de 1200 anos-luz da Terra, na direção da constelação de Carina (também conhecida como a Quilha). A nebulosa tem uma nuvem de gás e poeira dupla ou bipolar e é iluminada por uma estrela gigante vermelha no seu centro: HR3126. Os astrónomos julgam que esta estrutura é exclusiva das estrelas gigantes vermelhas envelhecidas, prestes a transformar-se em nebulosas planetárias.

À medida que a gigante HR3126 foi crescendo, a sua atmosfera começou a dilatar-se, fazendo com que a estrela perdesse as suas camadas externas. O material lançado para o espaço pela estrela fluiu para as regiões nas proximidades formando uma estrutura de laço duplo. Esta estrutura começou também a refletir a luz proveniente da estrela central. Os investigadores estudaram cuidadosamente a nebulosa em luz infravermelha e identificaram o composto químico responsável por esta reflexão: dióxido de silício (sílica).

O estudo dos estágios finais das gigantes vermelhas é extremamente complexo, porque ocorre num breve período de tempo, e as estruturas celestes que se formam em redor são raras.

Esta descoberta é especialmente importante porque oferece a oportunidade de estudar em detalhe a evolução e os estágios finais de estrelas de baixa massa e de massa a intermédia, mostrando também as estruturas cósmicas que se formam durante o processo. Os investigadores calculam que esta estrutura seja resultado do choque entre a gigante vermelha e uma estrela companheira num sistema binário.

A presumível estrela companheira ainda não foi descoberta. No entanto, os astrónomos observaram um pequeno disco de material em torno de HR3126, o que sugere que a companheira poderá ter sido fragmentada num disco – e este processo terá criado a nebulosa circundante observada pelo telescópio Gemini Sul.

Imagem: Duas nuvens de gás e poeira quase semelhantes, formando um laço, assinalam os últimos momentos de uma velha estrela gigante vermelha, tal como se observa nesta imagem obtida com o telescópio Gemini Sul, que faz parte do Observatório Internacional Gemini, operado pelo NOIRLab da NSF. Créditos: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA. Processamento de imagem: T.A. Rector (University of Alaska Anchorage/NSF’s NOIRLab), J. Miller (Gemini Observatory/NSF’s NOIRLab), M. Rodriguez (Gemini Observatory/NSF’s NOIRLab), M. Zamani (NSF’s NOIRLab).

Facto curioso

Com 50 milhões de anos, HR3126 é muito jovem em comparação com o Sol (que se estima ter 4,6 mil milhões de anos). No entanto, HR3126 é cinco vezes mais massiva, o que levou a que esta estrela queimasse o hidrogénio mais rapidamente e se tornasse numa gigante vermelha mais depressa que o Sol.

This Space Scoop is based on a Press Release from NOIRLab .
NOIRLab
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